domingo

Cedo se finda a corda que juntos tecemos. As letras já se escorrem como uma água suja que vem apagar o que deixámos ficar, inocentes na nossa vontade de cá ficar.

Talvez tenha sido só meu.
Um sonho que talvez só eu tenha sonhado, mas viveste-o comigo.

Tiraste me o chão, partiste cada vidro de cada janela para cada paraíso ilusório.
Mas o frio da noite voltou. Os seus fantasmas assombram-me.
A sua crueldade mórbida e gélida aperta-nos, e ao mesmo tempo que nos leva pelo mesmo caminho, afasta-nos... E afasta-nos tanto...

A mão largou.

Já só há o que recordar.



Obrigada.
no fim, já só isto me resta.
sempre tive razão, só tu podes fazer algo por ti.
Mal é depois do amor
Não haver vestígio dele
Cresce por dentro um vazio
Que nem as palavras preenchem
Suspensas por um fio...




Vieste demasiado tarde e demasiado cedo te foste.

E o tempo que ficaste, foi demais.