quarta-feira

Bate o sol. Ou bateu, já não sei. Incendiou-nos. Foi um ápice, foram dois. Foram dois momentos desconcertantes que desconcertámos só hoje.
Talvez não tenha sido nada. O que é? O que sou? O que fomos? Nada, e nada é algo difícil de se ser. Ser nada sendo tanto é algo que penetra a alma, que a vira do avesso, que a sacode como migalhas de pão. Comeste-o? Não terias comido invariavelmente esse pão, fosse qual fosse? Há razões para ser nada que são bastante mais do que deviam. Há razões para que ser tão nada seja tão bastante mais do que devia.

Porquê tu, porquê hoje, porquê ser, porquê perguntar.

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